A estória começou
Com um ponto premeditado
Seguiu a linha desengonçada
Da trajetória dos fatos

Mas chegou ao meio
No meio fio de uma trajédia
Caiu na beleza de uma tempestade
Escorreu para o sub-entendido

Ficou no meio
Se dividindo na esperança
Farinhando-se para o certo duvidoso

Ficou no meio
E foi atropelada e esquecida
Como a mandioca no fundo do lago

A estória se deu um ponto parágrafo
Logo após um trovão qualquer
Um pouco depois da última gota
De uma tempestade literáia

E ao invés de fim
E ao invés de um tiro de estopim
não houve de querubins cantando
Nem se pode ouvir gritos de espanto

Depois do ponto
Seguiu-se o tempo costurando
Cofeccionando Um vestito textual
Onde tudo pode ser diferente ou igual

E finalmente
Podemos voltar um pouco atrás
Caminhando para frente

Sem contexo
Podemos ir um pouco mais
logo após o recomeço