Seresteiros

O céu sonolento, coruscante
Emudece nesta hora de serão
A viola repousa no colo cansado
A seresta musicaliza o sertão.
 
À frente do casebre de bambu
A vizinhança encontra-se reunida
A pobreza limita conforto
A felicidade ela não tira.
 
Os dedos tocam com jeito a viola
Cada um em silêncio agradece
Uma vida num ventre enaltece.
 
O céu então se emociona
Com a cena ele agora chora
As famílias se despedem... e então vão embora.

Simone Alves Campos
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