02/01/10
Horas estranhas
Pergunte se te quero mesmo assim. Sim!
Deixe vagar entre seus dedos e medos.
Deixe que seja só meu, um instante antes teu.
Deixe roubar teu ar mar amar.
“No momento que te roubei pra mim os passos lentos que não me levaram em sua direção. Calaram e eternizaram.
Fez-se minha!”
Pergunto-me se te quero mesmo assim. Sim!
Permito viver o agora e o fim.
O doce e o ruim. Apenas.
No tempo que me recolho. Eu me escondo. Abandono.
Vivo entre seus sorrisos e sons. Doces ruídos...
Menina de meus olhos diga que seus dias fazem-se meus
Que seus medos podem ser adeus.
Diga baixinho sobre como fiz falta estes dias.
Diga que isso basta. Nada mais.
Perguntam-me se te quero mesmo assim. Sim.
Eles morrem em ocupações vagas lá fora.
Eles já não entendem as amplitudes da vida.
Não da nossa...
Eles vivem de acertos que aos outros são erros
E a nós já não importa. Não agora...
"Se, eu tivesse evoluído o suficiente, te pegaria nos braços...
... a amaria até o amanhecer.
Até todos cansarem de acusar e regrar. Até não poder mais...”
Os dias passam devagar neste momento.
Já não me permito acompanhar o desabrochar das camélias,
Nem me perco hipnotizada ao fulgor dos raios do sol.
Sinto o “nada mais importa” tomando conta de mim.
Sinto dores... estas porém o tempo há de curar.
Penso: “se fosse fácil não seria pra mim”.
“Se fosse pra sempre não teria valido a pena”
Fez-se tão perfeita ausente menina. Fez-se como nunca antes amei. Pergunte-me se posso te esquecer mesmo assim. Sim!
Sinto a lucidez regrada que existe entre as linhas imaginativas e as coordenadas necessárias da sobrevivência e absolvo qualquer peso de adeus.
Os meios fazem os fins e não os começos.
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