Cruzei com teus olhos molhados em frações de segundos
Fiquei escravo de tua essência paixão.
Despi-me louco de todas vaidades
Nu, fui em busca de teus antigos porões.
Quem dera não ter visto dentro deles
Mulher repressora,
D'outra mulher que dentro de ti
Atou corrente a tua fêmea-razão.
Percorri despojado de meu mundo e pertences
Fazendo a ti chegar somente, corpo e ardor.
Pés descalços feridos foram caminhos percorridos
Para no fim do vale, sagrado Templo encontrar.
Entrei porta aberta, piso empoeirado, sem marcas
Desnudo e cansado,altar alvejado fui contemplar.
Embriagado pelo encanto, corpo Catedral
Ousei um doce canto, para meu amor te libertar.
Não quero cobrar ternuras nem cuidados,
Enquanto grilhões não rompidos
Não vençam a solidão, de teus desejos cativos.
Que a tocha e candura iluminem colunas,
Contornando raro perfil e sombras,
Aconchegando em mim tuas dores,
Coração liberto,
Todos teus amores...
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