Vôo além,
como ninguém aquém
a mim pôde alcançar.
Sheik sem harém,
refém de quem, alguém
que vive pelo ar.
Se canto...
é de tanto que me espanto
com o espasmo deste olhar.
Em pranto,
frio gélido sem manto,
com uma dose de amianto
que alguém propôs lhe dar.
Talvez dormir
seja a melhor maneira de sorrir,
sem sentir
talvez seja possível sonhar.
Por aqui,
já não canta o Bem-te-vi,
não chega o colibri,
nem aparece o sabiá.
Assovio triste,
se é artrite, se é palpite,
não pertence mais o andar.
No zêNITE,
o poema não insiste,
nem sei se é de mim que essa poesia vem falar.
Andre Cruz
© Todos os direitos reservados
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