Meus olhos a fitam
menina cigana.
Teu cabelo encaracolado
a repousar sob os teus ombros,
e a escorrer pelo teu busto.
Tua dança, oh rainha de meu desejo,
quero teu beijo para me guiar.
 Este teu olhar oblíquo e dissimulado
a perseguir meus passos.
Tua boca pequena, ardente e sedenta a
atrair-me ao teu encontro.
Os tecidos que percorrem tuas curvas
que enfeitam tua cintura e me
levam ao encontro da luxúria.
Ah!
E este teu cheiro, perfume aceso a me inebriar.
Tuas mãos me chamam...
Te encontro, oh minha pequena.
Este teu corpo ao meu colado.
A tua cintura minha angústia.
Tua mão a percorrer minha nuca.
Os teus tecidos me envolvendo o corpo.
Minha cigana de nome Ana
Tua voz assim solta a me invadir a audição.
 
Este cheiro que emana de teus cabelos.
Te amo minha pequena.
Meu coração pulsando em ritmo forte,
acompanhando os passos de tua graça.
Tua respiração delirando os meus sentidos.
E este sabor gostoso, intenso e maravilhoso,
de tua boca a minha colada nesta madrugada.
Vem...
E me devora o peito, me aguça o desejo.
Eis que tenho um anjo em meus braços.
A noite se vai...
O dia amanhece.
E me abandonas nesta dança
Foi embora a Ana
Minha pequena cigana.
Que deflorou-me o peito
e partiu sem mim.
Deixando pelo caminho a sua marca em uma cicatriz aberta
que ainda arde quando a noite desce sob este chão!
 
 

Ana Santana Medeiros da Costa
© Todos os direitos reservados