Agora que eu parei para pensar,
percebo onde foi parar todo aquele tempo
em que eu só pensei e deixei passar.
Enquanto o tempo insistia em me levar,
eu só calava e tudo passava tão depressa
que agora tudo é distante
mas eu continuo no mesmo lugar.
Agora que eu parei para pensar,
reencontro aquela chance de mostrar
para todos que eu sendo eu mesmo,
seria muito mais fácil ser mais forte, mais livre,
mais eu, mesmo com o “meu eu” não estando
forte, livre, contente com o porque do “meu eu”.
Agora que eu parei para pensar,
chorei por pensar que desperdicei
minhas mão tão ágeis
em tempos tão improváveis
cumprimentando outras tão frágeis
quando já perto do fim,
minhas mãos se fecharam e com um
movimento brusco chocaram-se
contra a parede rústica e choraram também sangrando.
Agora que eu parei para pensar,
lembrei num instante que vaguei vulnerável
pelo espaço vazio do meu proveito.
Aproveitei tanto do tempo vazio;
ignorando vozes leais,
considerando farsas reais,
que o vazio se preencheu
com verdades cortantes
então mais uma vez eu calei.
Agora que eu parei para pensar,
concordo com você
apesar de saber que te olhando de perto
você nem é normal como eu também não sou.
Me dissestes que minhas mão são ágeis
porque eu as fiz ágeis;
que as outras são frágeis
Porque eu as vi frágeis;
que minhas mãos sangraram porque chorei.
Mas se talvez não chorasse, sangraria essa, outra e mais outra vez.
Agora que eu parei para pensar,
vi todo tempo em mãos vazias.
Lutas desisti, sonhos atrasei, minhas mãos desperdicei.
E o tempo corre...
Porque agora que eu parei para pensar,
percebo o quanto foi inútil ter parado aqui para pensar.

Breno Malta
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