Não cresci em ruas douradas,
Não enxerguei nos olhos
As notas das sinfonias
Que embalam os dias.
Derramei lágrimas de alegria
Quando sorveram o sal desta existência
E embriaguei –me em idiossincrasias
Que não eram minhas.
Por isso o delírio
Com esses mergulhos na alma,
O convívio com os desvarios,
As orquídeas murchas
E as cores dos meus desencantos.
Quando visitam os porões da minha alma,
Os meus jardins descuidados,
E tateiam as cumeeiras que se esfacelam,
Tudo em mim renasce.
Quero ser um desfile de sonhos,
Afagar sorrisos e acolhê-los,
Como a aurora que não tenho,
Mas pinto como se a conhecesse
E carregasse nas indagações
As respostas que nunca vêm
Elias neri
© Todos os direitos reservados
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