É DIFÍCIL LEMBRAR

 
A casa ficou vazia.
A princesa saiu para trabalhar,
Meu filho maior viajando,
Levando o pequeno nos braços,
Para o mundo infantil contemplar.
 
É difícil lembrar,
Nem vi o dia passar,
Só me pus, novamente a pensar,
Que futuro iria me dar.
 
Quem sabe escrever me preenche,
Quem sabe orar me aquece,
Quem sabe parar me socorre,
Quem sabe pensar me trás a morte.
 
Levanta deste sofá...seu louco!
Cria coragem para a vida,
Vira do avesso o passado,
Mergulhe para a alegria.
 
E os fantasmas rondando,
Entrando na mente doente,
Gritando no ego carente,
Matando a vontade crente,
De ver a volta crescente,
E o amor perdido, ser ardente,
 
Mas, a verdade é quem manda.
Quando a mentira desfila,
Se passando por valente,
Brilha tanto no manto  da falsidade,
Que deixa a gente contente.
 
E a princesa cavalgando no cavalo branco,
Voltando da sua jornada feliz,
Chorando o arrependimento,
De quem não sabe o que diz.
 
 
 
 
 
 
Ah! que louco sou eu.
Pensar que é...como é,
Pensar que foi...como foi,
Pensar que dói se eu quiser,
Pensar que é simples aceitar,
Pensar que não devo chorar,
Pensar que sou a culpa da culpa,
Pensar que sou a ponta da faca,
Pensar que sou o ceio da desgraça,
Pensar que sou alguém para alguém,
Pensar que sou amado por alguém,
Pensar que penso, e não sei.
 
O desfile já terminou,
A mentira brilhou e ganhou,
A verdade perdeu seu valor,
E o amor, desta vez não reinou.

Durand
© Todos os direitos reservados