Fazenda Velha Nova

Fazenda Velha, fazenda Nova dos meus ancestrais.
A água cristalina de seus rios, riachos, de suas cascatas.
Sobre as pedras empilhadas pelas mãos escravas
Caem na pedra do moinho que tritura o milho para fazer fubá

Caem também, na roda do engenho que mói a cana caiana.
Fazendo a garapa que vai para o cocho fermentar e
Depois no alambique formando a branquinha
A mais afamada cachaça, Delícia de Minas!

O capim meloso tinge de verde escuro suas vastas planícies
Alimenta o cavalo capucho, meu saudoso Gualiche...
Alimenta os burros de carga, o Sossego e a Madrugada.
Que carregam a colheita, milho, arroz e feijão para o paiol.

O gado com reses de diversas matizes mesclam o verde
De seus campos, repletos de frondosas árvores.
Abrigo de centenas de pássaros, sabiá, maritaca, tico-tico, canário,
Melro, joão-de-barro, bem-te-vi, curió, juriti, beija-flor e rouxinol.

Fazenda Velha, Fazenda Nova, sua alvorada é bela!
O galo canta anunciando que é hora de ir para a roça
De ligar o engenho, o moinho, de molhar a horta e o jardim.
De tirar o leite para fazer a manteiga, o queijo e o requeijão.

Fazenda Velha, Fazenda Nova, seu entardecer é lindo!
Hora de ouvir o violão do Otaviano e a sanfona do Tião
Hora de abrir a ermida para rezar e agradecer a Deus
Por mais um dia produtivo de trabalho e de muita paz!

Fazenda Velha, Fazenda Nova, que saudades me traz!
Dos meus folguedos infantis, do forno de barro e do fogão de lenha,
Preciosos utilitários para o preparo de deliciosas guloseimas
Elaboradas com arte pela saudosa e querida Negra Benedita.

Fazenda Nova, Fazenda Velha, da mamãe dindinha.
Das estórias maviosas contadas em detalhes por meu pai!
Fazenda Nova, Fazenda Velha és majestosa e bela!
Centenária e linda, o berço da família Leão.