Quer?

Quer casar comigo? Me fazer parte do teu paraíso? Me conceder a fervura do prazer de sempre estar com você, dormir nesse frio ao meu lado sem mais nada querer, abrirmos juntas os olhos pelo clarão dos raios do sol... Em todas as manhãs, bisbilhotando a nossa rotina pós alianças, o sol, que nunca deixará de brilhar nos nossos dias. E quando você chegar, brincar de me esconder, entre os teus poros, teus abraços. E quando você sair, brincar de construir as palavras ditas mais adiante, para conforta-la, para faze-la segura da perfeição que rege o meu amor. E quando juntas sairmos, de mãos dadas, depois de muitos beijos na sacada, beijar-te a boca em plena praça e desmaiar meus ciúmes num golpe de prevenção, comprimir tuas mãos e admira-la, contemplar-te as faces, os olhos chorosos perolados, os lábios aconchegantes e afobados, os cabelos coloridos contigo combinados, os dedos finos, os traços delicados... E assim dizer-lhe, o quanto a amo e nunca deixarei de amar, portanto, casa comigo, permita que o silêncio reine em outros lábios, que os teus pra mim não estejam selados, porque eu a amo desde aquela noite, o entardecer em que você cantou pra mim, e cantando me acordou de uma inércia profunda, e cantando fez com que eu jurasse, se aproximando fez com que eu a desejasse, sorrindo pra mim fez com que eu voasse para algum lugar de onde não sei voltar, preciso do seu olhar pra me guiar, do teu corpo pra me encontrar. Casa comigo, que o resto, os anjos que nos acompanham dão seu jeito.