O meu gesto em teu silêncio ponho
como a contê-lo, vulto exíguo
e nele, a descobrir teu seixo
venho apenas colorir-te o medo.
No exausto afago o movimento cede
e frágil tomba no ombro suicida
que ao tê-lo na sombra transparente
ao tato, se desmancha em pura ausência.
Se ao verter-te em tão sombria essência
dela não sorver o teu veneno,
como arrancar-me, presa que te fere,
como morder-te, serpente que me mata?
O gesto em teu destino ponho
e senti-lo dele acostumaste,
que não contê-lo, outro sonho inventaste
que abandoná-lo é o mesmo que morreste.

Eduardo
© Todos os direitos reservados