Seu corpo serpenteia no andar
A cor negra contrasta
Com as cores variadas do seu vestir
Por natureza
As tranças caem-lhe no rosto
Beleza escondida da mulher africana
Seu dançar volteia no ritmo da batucada
E mesmo que queira
Não pode evitar
A beleza do seu dançar
Encostada à palmeira
Enrola a missanga colorida ao pescoço
Aprecia os pares em ritmos mais calmos
Conversas amorosas...
Aproximou-se um forasteiro
Nos seus braços caiu redonda
Não havia o kimbundo
Era a língua de outro continente
O forasteiro descobriu
A beleza escondida
Tocou não quis largar
Ficou sim um filho misto nos braços
Depois de arrancada a independência
Tudo ficou moderno
 
A mãe já esquecida
Qual beleza natural!?
A natureza é ocultada
Por detrás de tintas artificiais
Cabelos lisos fora do normal
Onde está a tradição?

É uma beleza escondida

Egna Costa Alegre
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