Estou indo no meu barco com mil impressões dos lugares por onde passo.
Construo em minha mente outras mil vontades de mudar o rumo, de voltar, de seguir, de parar.
De onde venho? Para onde vou?
Ah, diviso, com minha esperança sempre aguçada e meus sonhos mil, tantas paragens, e retornos, e caminhos à frente!
O que faço: paro, volto ou prossigo?
Sei que isso são apenas conotações de voltar, parar, seguir, que permeiam as decisões de quem caminha. Não caminhasse, obviamente não haveria decisão alguma a ser tomada. Só a morte é assim, definitiva.
Sei disso, contudo, não consigo desvencilhar-me do medo de parar, retornar ou seguir.
Sinto a alma inquieta, mesmo diante da aparente calmaria das águas, que levam meu barco, e não vislumbrar, no horizonte próximo, qualquer alteração das minhas idiossincrasias.
Pondero, retrocedo, revolto-me.
Inobstante esta inquietez , o barco segue, como se seguir fosse seu único trajeto...
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