A TRISTE SINA DA PUTA!

Ela escancarava sua vida a esmo
E parecia mesmo, fazer sucesso com isso.
Estava na boca e no pensamento dos passadiços
E era sonhada pelos mendigos e desvalidos.
 
Ela escancarava suas pernas nos becos
E comprava trecos com os trocados que recebia
E Doava seu corpo ao prazer de noite e de dia,
E era a alegria de toda volúpia vadia.
 
Ganhava muito e pouco se fazia gostar
Desejada, já era o suficiente.
Seu azar de meretriz lhe rendia sempre
Menos dinheiro e mais doenças.
 
Quando a idade lhe fez cada vez mais doente,
Curava-se com porre e outras alegrias
Quando curada estava triste, alegre estava ausente.
Variava-se sem saber quem era em tal dia!
 
Mas aquela era entre tantas putas,
Uma que não reclamava do destino
Às vezes, sentia-se menina,
Entregava-se de graça aos meninos.
 
Era professora para muitos paladinos
E sonhava ainda com seu príncipe revel
Um dia aparecer e fazê-la ouvir sinos
Enquanto a morte não ensombrar o seu céu.