Dantes…
Os tapetes lá fora
E a história da caminhada
Não são d’ontem nem d’agora
Estão lisos de qualquer pégada...
Acenam-me as árvores, o céu
De muitas cores e estações vestidas
Que é preciso levantar o véu
E que as aves não estão esquecidas...
Já não pergunto quem sou
Já não relato os tormentos
Só preciso saber que Estou
Presente em todos os ventos...
Dantes... Era o nome de um canto
Onde gostava de me sentar
Todo o espaço era branco
Um convite de silêncio a respirar...
Vi nele um quarto primeiro
Refúgio de todas as emoções
Como um mundo inteiro
Sujeito a várias interpretações
Pintei-lhe noites e dias
Dos oceanos de minha imaginação
Choviam planetas e estadias
Selos intempestivos do meu coração...
E entre cores distraída
Esse branco de mim fugia
Dentro e fora como marca de vida
Uma página de mim acontecia...
Dantes...
Arrancávam-me as páginas das mãos
Ávidos de sonhos e prantos
Neste hoje tão repleto de entretantos
Na capa e contracapa de minhas emoções
São as páginas que me arrancam as mãos
E nada mais é como dantes!...
Manuela Pittet
(in: "Rostos de Amor")
22.set.2005
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