Ah! Pobre poesia;
Vivis sucumbida,
Em meio a turbulência diária,
Andas inerte nas ruas das cidades;
Pelos becos, pelos guetos
Nas repartições publicas;
Bancarias e privadas do mundo
Não és um bom negocio,
No mundo dos negócios
O cotidiano é teu sepulcro
É o teu exílio, é o teu inexistir
As pessoas cotidianas,
Nem se quer, lembram de ti
Nascesses para os loucos
Os amantes impávidos;
Os literatos comedidos;
Para os cantores desvairados
E os repentistas injustiçados
O cotidiano te repugna
Te maltrata, te esnoba
Não te deixa viver
Mas, cá dentro de mim
E de alguns poucos outros
És uma chama incessante
Quanto é a própria vida
És a errante das horas certas
A mais secreta e mais sagrada
Bem vinda a todo tempo
Poesia: és por fim o meu consolo
E o que me fará vivo,
Mesmo quando morto.
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