Sou um farsante
Malvado e muito maldoso
Uma doença contagiosa
Dos perigos sou o mais perigoso
 
Sou armador e surdineiro
Ilusor dos inocentes
Que a mim dão confiança
Sem saber o que vem a frente
 
Levo a vida no trote
Compro e vendo o que não tenho
Onde passo causo danos
Piso leve e deixo rastros
 
Minha palavra tem dois gumes
Penso que engano a todos
Com minha lábia afiada
Mas no fundo sou enganado
 
No fim o que ganho é o desprezo
Por todos sou mal olhado
Deus de mim, só tem pena
Da minha cara, ri o diabo
 
Caio na própria armadilha
Me afogo no próprio poço
Recebo o troco mal pago
Que resta pro mentiroso

Léo Nazare
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