Posta entre os membros, e tão pequenina,

Ela se gaba de acender na gente,

Dando expressão ao que nasce na mente,

Uma faísca, que a contenda anima;

 

Na besta põe-se o freio, que a domina,

Mas a língua é um mal incontinente,

Que leva-nos a ação inconsequente

Lançando a vida humana na ruína.

 

Dá rédeas à cobiça e ao adultério,

Levando muita gente ao cemitério,

Pois fala se enroscando, qual serpente.

 

Ela bendiz a Deus, em um instante,

E noutro já maldiz seu semelhante,

Posto que expressa o que o coração sente!

 

 

 

 

 

Humberto Cláudio
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