Que saudade do ar puro lá da roça
Do coqueiral, do bambual e da palhoça
Pegar no sono ao som das águas da cascata
E do alarido dos pássaros lá da mata
Pudera eu rever agora aquelas terras
Saborear os doces frutos do teu chão
Embrenhar-me pelo verde de tuas matas
Tocar viola sob o luar do sertão
Minha vontade é sair correndo agora
Sentir a brisa que afaga o canavial
Trocar o cinza pelo azul daquele céu
E pelo tom verde do eucaliptal
Não fosse toda essa distância que separa
Esta cidade daquelas tão verdes matas
Correria para lá neste momento
Para apreciar as belezas da minha terra
Em noite alta aquele céu é só estrelas
Além da lua ricamente prateada
Que evidencia a silhueta das montanhas
E reflete o seu clarão lá na estrada
E nessa hora os violeiros reunidos
Vão alternando suas modas de viola
Chorando mágoas, lembrando velhos amores
Dedilhando a melodia que os consola
Por tudo isso é que o meu grande desejo
É não morrer sem voltar para a minha roça
Sem rever os meus amigos e a viola
As verdes serras, o coqueiral e a palhoça 
 
 
 

Lourdes Neves Cúrcio
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