Bobagem tua
Querer saber de mim
Devo estar
Dentro de alguma birita
Engarrafado
Na última guimba traiçoeira
Do cigarro
Mas se quiser
Me procure no poço
Lá no fundo
Nadando na euforia
De um grande afogamento
De uma morte sombria
Na maré de incertezas
Carrego tantas comigo
Que as vezes o fardo pesa
As vezes
Sou o próprio peso do fardo
De quem carrega
Não queira saber de mim
Hoje
Não estou pra ninguém
Porque ninguém está comigo
Nem mesmo meu umbigo
Relaxe a razão
Não ligue prá mim
E de mim se desligue
Hoje sou ontem
Ontem não existe mais
Porque só quero paz
Não quero nada mais
Respeite meu ermetismo
E meu copo cheio
De algum venenoso
Tudo que eu quero
É um momento vazio
Uma parede sem quadro
E uma noite sem brilho
Bobagem tua
Querer saber de mim

rogerio santos
© Todos os direitos reservados