A DOR DE QUEM ESPERA

 
Correr na beira do mundo
do lado da vida morrer
por um pedaço do braço
levar essa sua idade
e não valer a pena torcer
por seu penar sem qualidade
que vem da sua vontade
dos momentos sedentos, fadigados
 
Enquanto a dor se arruma
escorre p'ra qualquer canto
volta num carinho quase morto
nessa mistura de vinho e ninho
nasce quem mata o tempo sem graça
e não passa na sua dor
que fica na beira da vida
a esconder pedaços de laços
que perfumam e assombram
 
E na sombra de quem te tomba
Cai sedento
a  se embriagar nos lamentos
a se esconder nos corações
a chorar por todas canções
a cegar por todas razões
a rasgar por todos os peitos
a se banhar por todos encantos
]desse canto que vem
na voz da primavera
no pranto que já tem
a dor de quem espera..
 

 

Jose Machado Veríssimo
© Todos os direitos reservados