"Mostre-me seu Deus!" diz o descrente,
Eu lhe mostro as cores do sol poente;
Mostro-lhe as árvores de fruta madura;
Mostro-lhe cenas de paz e candura;
Mostro-lhe a neve e a frescura do ar;
Mostro-lhe as ondas revoltas do mar;
Mostro-lhe a serra serena e escarpada;
Peço-lhe pra ouvir o canto da passarada;
Mostro-lhe flores garridas, formosas -
Os lírios, as violetas, as rosas;
Mostro-lhe ribeiros de água cristalina;
Mostro-lhe meninas cheias de vida;
Mostro-lhe trabalhadores na sua lida;
Mostro-lhe as estrelas, o sol e a lua;
Mostro-lhe atitudes gentis e ternura;
Mostro-lhe alegria e sou amistoso;
Mas ele permanece com seu ar duvidoso;
E sem fé segue seu caminho, sem crer,
Pois é cego de alma e não pode ver!

Autor anônimo

Silvio André Tavares
© Todos os direitos reservados