do parapeito da janela
cultivadas lindas rosas
vermelhas brancas amarelas

com tal desvelo o fazia
que parecia no dia a dia
as flores rejuvenesciam

tanto apreço e carinho
no cultivo aprumado
nas podas dos espinhos

na sua rotina persistente
a observava ao longe
também de outra janela

a beleza do pequeno jardim
suspenso enfeite no ar
arranjo de várias cores

atrativo de pássaros
colibris pardais
visitavam a florista

suas mãos delicadas
preciosas de artista
encantava os olhares

de seu olhar contudo
pouco ou nada via
soube depois por outros

era uma jovem cega
entretida em sua lida
mimando sua roseira

como uma forma
toda sua
de saudar um novo dia...