Céus! Deus dos desgraçados. Mares do Norte ao Sul
Tufões, raios, que aquém de nós trouxeram a fúria sem fim
Destes humanos incorrigíveis, destas almas desalojadas de
o seu próprio Ser. Do saber, do entender, do agir assim.
Hipócritas! Deuses que dominam este Universo no avesso
Que por tantas noites, sem apreço, nos determinam o seguir.
Sem direção alguma, sem guia, sem o prazer da luz vigia
Neste santuário imenso, a jorrar sangue em nós, noite e dia.
Vozes que difamam a esperança neste desterro em ousadia
E de conta em conta, finge orar, ao ditar regras e leis.
Céus! Cinzas nuvens desconfortadas entre a fumaça
Extraindo da humanidade toda perfeição, graça e raça.
Lívida! Assim é a visão da mente parcialmente humana.
A conduzir o corpo a venerar a dor alheia, a desgraça
Voando o infinito mais que pode, sem piedade lança
Em nós, a navalha afiada, que se esconde entre a fumaça.
Céus! Deus dos desgraçados! Breve se esvai a esperança
Perdida entre os turbilhões da noite, onde impera a vingança.
Nesta disputa pelo poder, petróleo e outras riquezas mais
Por uma terra destruída por suas próprias lições profanas.
Despojaram noites desassossegadas pelo silêncio sombrio
A enganar a lua cheia com seus aviões de guerra malditos
Adulteraram as águas doces e salgadas, com suas químicas
Embebedaram-se da fúria e atacaram os fracos, oprimidos.
Fincaram bandeiras sobre terras estremecidas e fúnebres
Deslizando a vara, sobre os corpos dos varões esticados
Sob as valas entreabertas por canhões, míseros disparos
Tornando-se inutilmente honrosa, vergonhosas atitudes.
Deus! também de nós, sofredores! Compõe agora a frase
E Dita desde os Céus, até as profundezas destes mares
Afinca Tua mão sobre o coração desta Bendita Terra
E Dizeis: Basta! A esta perversa e nua, Humanidade.
Trazeis ,então, Vestes para cobrir a vergonha, que em nós
Fora exposta sem piedade, para ser explorada sem pudor
Por aqueles que: sem alma, sem justiça, afincaram
Cruelmente a espada, levantando a guerra, aflorando a dor.
Mostrai! Senhor Deus! A todos os povos, perante os seres
Que não mais produzirá a terra, além das balas de canhão
Que se alimentará a Humanidade hipócrita e perversa
Desta pólvora maldita, plantada por todo este chão.
Que beberão enxofre em vez de água fresca e potável
E, de seus filhos, restarão as ultimas míseras medalhas
Expostas ao infinito mar de areias quentes e solitárias
Sem poder a Humanidade prestar devidas honrarias.
A quem pagará o homem a sua própria morte?
Mostrai! Senhor Deus. A todos os Povos.
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