Hoje, último dia do ano
Nada mais que o mais próximo do amanhã
Amanha primeiro dia do ano
Nada mais que o mais distante do fim do ano

Quem amou durante todo este ano
Talvez ame menos durante o ano que vem
Quem amou no final do ano que se acaba
Talvez ame mais no ano que se aproxima

Acontecimentos encheram todo este ano e os homens
Não sabemos onde jogar fora e criar espaços pra seguir
Para novas  colheitas a serem feitas durante o  próximo ano
Coisas que  nos enchem e só diante de deus podemos nos esvaziar

Há pobre deus! Tende piedade dêstes filhos de norte a sul da terra
Olhai sempre por todos êles de leste a oeste do planeta. Ah! Quantos
Que não faltem os loucos, mas que não matem aos poucos os infelizes
São os mesmos e passam sempre pela mesma estrada todos os dias

Lá pelo meio do próximo ano, quando estiver no meio da estrada
Olhe para trás, vire e olhe para a frente e não duvide nem um pouco
Os passos firmes que o trouxeram até aqui, irão agora, mais cansados
E mais sábios levar você e os seus ideais para essa longa jornada

E no fim do próximo ano,  todos , se deus assim permitir
Estaremos aqui, de novo falando do ano velho que se acaba
Estaremos falando daquele “amanha”, que é o mais velho dos dias
Quem sabe teremos aprendido, que o velho e o novo estão tão próximos
 
 
 

Jose Machado Veríssimo
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