Sinto a textura de cada fio da vida
E vou desvendando a arte de tecer
Cada ponto, cada canto.
O novelo se desenrola
Por vezes frágil
Por vezes ágil
E em cada ponto encontro o gesto
Em cada verso escuto o eco
De minha voz
Dos meus desejos
De gritar pro mundo
Ei, estou aqui !
Vejo que me vês
Escuta-me e descostura
A tua insensatez
Não adianta fugir de mim
Já cheguei
Pus agora meus pés
No " fluxo da vida "
Serei ,eu ,agora
Em cada fio
Em cada linha
O próprio tecido
Ora escondido
Ora adormecido
Dentro de mim
Mas descobri
Nesse entremear de fios
Que posso acordar meus sonhos
E fazer-me
E (re) fazer-me
Sempre
Afinal, o novelo da vida
Traz consigo
A possibilidade da costura
E da (re)costura
E da ventura e aventura
De sermos,simplesmente
E tecendo caminhos
Vou descobrindo
O feminino em mim
Para tecer com fios de luz
A força que me conduz
Para olhar o mundo
Desnudando lá no fundo
Da caixa de costura
A minha alma guardada
Para tecer comigo
A minha própria caminhada
Poema "costurado" com amor e leveza.Puxa! Como é bom sentir paz ! Como é bom desvendar o movimento dos fios e sentir que sempre valemos a pena, se temos a coragem de desnudar a nossa alma diante de nós mesmos.Que bom! ora posso ser fio , ora posso ser tecido.É isso.Simplesmente.
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