Se me dizes que vens...

Se me dizes que vens...

 
Se me dizes que vens, te espero,
Faço silencio,
Ao ponteiro das horas venero.
No peito o crepitar de um incêndio.
 
O perfume do amor que te tenho,
Solto aos ventos,
Em extasiante ansiedade, embrenho.
Tons de azul povoam os pensamentos.
 
Se me dizes que vens, já estás!
Reacende-se a luz,
Na alma a paixão se refaz.
Esvoaça, qual libélula, minha cruz.
 
Removo farpas, lustro o caminho,
Aromatizo o ar,
Sob seus pés alvíssimo linho.
Delirantes sentidos já te vêm chegar.
 
Se me dizes que vens e não virás,
Vida já não tenho,
O mosaico de minh’alma se desfaz
Em luto, a libélula é duro lenho.
Manito O Nato

 

Manito O Nato
© Todos os direitos reservados