MORTE

Minhas palavras não te tocam mais
Não te sensibilizam
Soam como pedras de gelo
Que no inverno causa poucas sensações

Eu sozinho
Mais uma vez
Tentei
Desta vez demonstrei
Dizer que te amo
Não fora suficiente

Agora as lâminas seguem
Meus pulsos
Vejo algo pingar
No chão...

As cordas me puxam
Me sufocam
Pescoço já marcado

Verás meus últimos sorrisos
Aproveite, será por pouco tempo
Mais tarde só entrarás olhos fechados
E um coração dilacerado

E agora o desalento
Tudo fica como sonata
Segundo movimento
Lento ou adágio

Não tenha trabalho
Não guarde minhas cinzas
O vento levará
Como o tempo
Me enganou e enganará

NOVA FRIBURGO - RJ