DÚVIDA

 
Por que essa distância híbrida?
Parece tão longe,
Parece tão perto.
Não me interessa.
Acho que não enxergo.
Minha dúvida maior é o seu sorriso,
Seu olhar.
Seu Brilho
Percebo uma magia,
Energia que hipnotiza
Às vezes me confunde.
Não sei o que significa.
Por que reprimo tal sentimento?
Parece tão confuso,
Será que quero considerá-lo assim?
Oh, sentimento.
É tão gostoso.
Interessa-me, sim.
É uma sensação singular que vicia e não me sacia.
Parece não ter fim.
Quero mais, sou exagerado.
Quero mais...
Viciou-me, e agora?
Não me importo.
Acho que falo demais.
Quero embriagar-me não só com o nosso vinho,
Senão com sua saliva.
Sinto sede.
Sinto fome, quero morder seus lábios, pescoço, orelha, sugar o néctar de sua pele.
Ainda vou mordê-los em breve...
Quero gritar, dizer o que sinto.
Não posso.
Ninguém entende
Somente nós.
Ou minto?
De forma platônica, utópica?
Pouco interessa.
Pra mim é real, normal não,
Mas especial.
Fico triste, pois sou ignorante, não sei expressar.
Não falo seu idioma.
Ouço sua voz, entendo nada.
Quero gritar.
Não conheço sua língua.
Nem sabor.
Acabo sendo tautológico.
Mais uma vez, não me importo.
Coisas do Amor.
Quero continuar sonhando,
Mesmo que seja sozinho,
Isolado e não acordar.
Pensar que você existe.
Mas não me belisque.
Sinto-me sozinho,
Talvez seja a fronteira
Que aumenta a distância,
Intensifica minha solidão, dessa maneira.
Oh, ignorância.
Oh, contramão.
Aonde foi?
Não a encontro.
Sumiu?
Acho que acordei.
Você partiu...
Mais uma garrafa, por favor, para fazer companhia.
Dionísio, livre-me dessa delícia agonia.

NOVA FRIBURGO - RJ