A emoção se partiu
Golpe tão sutil
Nem um ruído se revelou
Apenas a ferida persistente
A volta toda do cristal
Não toquem que se quebrou
Nasceu o mal fino e profundo
Morreu a flor do meu amor
Ninguém de nada desconfia
E embora esteja intacto ao olhar do mundo
Sente-se na solidão
Quebrou-se sem remorso
No coração que o colhe
Eu choro
Neste silêncio que afasta qualquer intenção
Um murmúrio me invade o coração
Sem ódio e sem amor
No entanto...
O coração dói tanto
E a cidade está apagada
Não há nada a fazer
A emoção se partiu.
Rio de Janeiro 1984
Sandra Barcelos
© Todos os direitos reservados
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