No ar luminoso da manhã,
Sob o sol que ainda mal aparece,
Por sobre casas e apartamentos,
Paira teu nome, segredo. Esse,
Signo indelével, que ora ascende, brilha
Envolto na luz clara desse dia frio.
 
Tua presença é
A discreta origem dos sonhos,
Dos campos e espaços por onde ando,
Me acho e me perco pensando, imaginado
Que sei as respostas a perguntas impossíveis,
Dúvidas atrozes que me consomem,
Constantemente.
 
Tua vinda, no entanto, sempre é
Bem-vinda, ansiosamente esperada,
Como o sol em cada manhã,
Dia tão novo e tão claro,
É algo que não tem explicação,
Mas tem sentido.
 
Tem o sentido das coisas secretas,
Dos desejos irrespondidos,
Das obscuras e nem sempre congruentes
Intenções da vida.
 
Que trazes à luz, que desconheço?
Que força é esta que trago, urgente e feroz,
Que a tudo à minha volta transforma?
Realidade, já não me parece mais
A mesma; sua matéria, sonhos
Já tomam outra direção, outro sentido.

E no espaço acima desta cidade

Linda, em eterna evolução, nasce

Cresce, pulsa com o ritmo

Do teu coração, luminoso e belo.

Um sentimento, um segredo:

Sedução, um sereno sentido novo,

Um delicado ser, meu amor ainda criança.  

Uriel da Mata
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