VIRGEM

 
E quando meu corpo é tua estrada,
Quase sei que não sei nada...Quase
Respiro em meu suspiro, quase tiro
A persona, a dama, a máscara, quase
Sou o que não posso pensar em ser.
 
Escondo as garras, solto as amarras,
Afundo em meu mundo e sou muitas,
E sou tantas quanto posso inventar,
Quando tuas mãos estão a me amar.
E eu que quase não sei muito de mim,
Posso até abrir as asas e voar enfim.
 
E abro túneis, grutas, matas, mergulho
Em águas claras, navego em perfeito
(des)equilíbrio, flutuo no infinito de
Meu próprio grito, e acordo sempre e
Sempre virgem depois de me afogar
Em desigual completude no teu mar.
 
Karla Bardanza
 
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RIO DE JANEIRO

Karla Bardanza
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