Pôxa
Poema de Carlos Magno
Pôxa!...
Que entardecer risonho,
o mundo bordou de sonho,
pra enfeitar esse lugar.
Veja só que nuvem flutuante!
Parece o mesmo brilhante
que acende o teu olhar.
Se uma querência bem medida,
se atirar de tua vida
pra viver em minhas mãos,
eu a apertarei assim nos dedos,
como se guardam segredos,
se não, vazam pelos vãos.
Ah! Se tua pele vaporosa
fosse pétala de rosa
e eu gota de sereno!...
Eu não perderia tal ensejo,
despejava meu desejo
em teu jardim de céu ameno.
Rio de Janeiro
Carlos Magno de Almeida
© Todos os direitos reservados
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