Derrete

Preciso me dar um tempo, desligar
Refugiar-me de novo em meus versos
Nem cem razões e fins irão povoar
Meu mundo de pensamentos incertos
 
Não posso pensar pelo outro
Cada um tem a sua própria razão
É o rio Tejo que inspira Pessoa
E cada pessoa tem a sua inspiração
 
Até quando você não está
Eu posso os meus olhos fechar
E que saudades!
Pena que nós dois
Que nós dois não somos nada
Dois vira-latas por aí na estrada.


Por trás dos teus planos loucos
Eu te acompanho
Acoberto-te, voe insano!
Nos teus panos,
Liberto-me
Nos teus ombros me aconchego
e me entrego.
 
E das mulheres quantas outras
Você tantas quiser, puder
Ou vier de fato a ter
a sorrir, a amar e derreter
Não saberão, no entanto, a origem
de onde vem esse seu encanto.
 
Você voa, foge e se morde
Tens medo de mim
Medo dos meus versos
Essa é a sua sorte
Eu fico em mim a fagulhar
(Meu mistério e segredo serão eternos)
Tenho medo de tanto pensar.
 
... eu vejo o seu sorriso assim malicioso
Se revelando lindo, sacana e pretensioso
Então vem com o seu sorrir me prender
Como sempre e certeiro me fazer derreter.