Tudo começou tão normal
Era eu e você
Na imensidão da inocência
De dois jovens cheios de ilusões
Alheios e ignorantes
Tínhamos apenas um sentimento
Compartilhado pelas imposições
Do século passado; o amor...
Éramos, tínhamos e juntamo-nos
E a arte libidinosa da tua mentira
Como que um satélite
Descobri a farsa da necessidade
Tudo se retorna, retoma-se
Entre tempos e distâncias
Segue o decorrer dos anos
E o amor se consegue
Mas, o tempo, sarcástico
Que leva e traz
Constrói e destrói, marca
Deixa ferimentos que não cicatrizam
Mas este mesmo tempo
Que morde e assopra
Faz-nos tecer certezas
De colchas que se desfiam
Três meses eu pensava
Que depois dos fios desfeitos
De sofrimento passageiro
A alegria regressasse
Ledo engano, pensamento equivocado
Amargo como a bílis esverdeada
Já quase três anos.
E ainda vejo sua foto.
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