O Tempo!
Há horas que estou só,
Sinto-me um ponto vazio,
Sem querer continuar,
Esta jornada escolhida,
Para poder caminhar,
Meus passos não são os mesmos,
De alguns tempos passados,
Que firmes pisavam ao chão,
Cambaleando eu ando,
Nos caminhos vou passando,
Aos poucos vou relembrando,
Caminhos que já passei,
Onde vi tantas coisas,
Ouvi o que não queria,
Falava até sem pensar,
Coisas que não devia,
Hoje, fico a lembrar,
Mas o tempo vai passando,
O peso vai corroendo,
Meu corpo vai se curvando,
Meus olhos observando,
Aqueles tão pequeninos,
Que no colo eu peguei,
Cresceram, e esqueçam,
Que um dia acalantei,
Lágrimas enxuguei,
E, no colo carreguei,
Não importa!
O nome disso é: O TEMPO,
Nós vamos envelhecendo,
As rugas aparecendo,
Os novos vão esquecendo,
Que por onde nós passamos,
Deixamos frutos, também.
Sessenta anos passaram,
Hoje, eu lembro bem.
De tudo que nós tínhamos,
Era Bonde e o Trem,
Carroças puxadas a burros,
Colhiam o lixo também.
Passados cinqüenta anos,
Vejam o que temos hoje,
Um acervo magistral;
Quem foi que plantou tudo isto?
Os que hoje esquecidos,
São sempre tratados mal.
Autor:
Augusto Rezende.
07/05/2008

Em casa

Augusto Rezende
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