RIO DE LAMA
 
 
São Pedro resolve abrir as torneiras.
A Avenida se transforma num rio.
Mas daqueles sem fronteiras.
Numa noite assustadora com muito frio.
                                  
Foi problemático devido à surpresa.
O prejuízo veio a galope.
Os moradores sem defesa.
Não tinham saída daquele golpe.
                                  
As casas invadidas pelo imenso lamaçal.
De onde provinha tanta correnteza?
Era uma Avenida e não era marginal.
Mas ficou igualmente com certeza.
 
Mesmo quem tivesse o privilégio.
De poder estar no nível mais elevado.
Não se livrou do sacrilégio.
De ficar preso e engarrafado.
 
A solução está longe de resolver.
Continuarei dormindo sem cama.
É só a chuva aparecer.
Que saio nadando no rio de lama.
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Escritor Núdios Clen – Belo Horizonte
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Poesia da realidade brasileira.

Em Belo Horizonte num dia bem chuvoso.

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