Rude instrumento de tortura vil,
Madeiro bruto que é vergonha e dor:
Quem uniria ao teu braço sombrio
A Mão que houvera propagado o amor?
Em ti, horrenda cruz que se erigiu,
Quem ousaria erguer o Salvador?
Vazando a Santa fronte espinhos mil;
Mesclando o sangue, a lágrima, o suor?
Bem sei, cruz de aflição, signo hostil,
Quem causaria o cúmulo do horror
Cravando em ti tão puro Ser de luz:
Bem sei que quem te atou o Rei gentil,
Sentença e salvação do pecador,
Fui eu! Fui eu que em ti matei Jesus!