Ela, a Esperança.

De repente a luz entristeceu-se, sem motivo.
O quarto colorido. Onde está?
As cadeiras sem chão. Morto ou vivo?
E a mobília fica cheia de pó? Ou limpa-se já?
….
A sala vazia grita,
-assassina!
Porque nada e ninguém acredita.
Que levaram-lhes a menina.

A menina era a alma da casa.
Era a flor que deixava aroma.
Era o sorriso que não tinham.

E a Saudade, criminosa, partiu-lhes a asa.
O tempo cúmplice, mais horas de dor lhes soma.
Esperam por ela, mas já nem sequer sonham.
 

Nuno Jose Freitas Cabral
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