O Génio da não sabedoria

O Génio da não sabedoria

Agi duas vezes
Só aí primeira vez pensei
Lembrei, de quanta gente machuquei
Mesmo com azar de infinitos trezes

O sofrimento delas
Era-me tão indiferente
Coração de pedra consequente,
E neste acendi duas pequenas velas

Reluzentes e brilhantes
Parecendo corpos, em movimentos constantes
Trespassando o inatingível oxigénio
Construindo um pequeno génio

Domina a área das Ciências
Não lhe escapa nada da Matemática
Coitado! Não há tempo para vivências
A pressa é muita à prática

Tudo ele sabe
Tudo ele sabe
É um génio
É um mestre
Com valor rupestre

Mas falta-lhe a sabedoria,
De vida a que poderia
Ser fracasso intelectual
Fruto de processo normal
Nada conceptual

Vilão, aldrabão, muita atenção!
É génio de nascença
Sem sabedoria de coração
Sem sabedoria de vivência
Respira oxigénio
Sim. É um génio.

Madeira

Tiago Mata
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