A paixão é o alimento da alma,
Acelera o peito, gela as mãos, ouriça.
Produz desejo, cala a voz, atiça,
Se o toque satisfaz, reduz, acalma.

Vem de mansinho, (devagar não falha),
Toca no corpo pra ser entendido,
Se desentendido pelo preterido,
Arranca beijos, como navalha.

Depois sucumbe, daquela agonia
Deste prazer que desejo tanto,
Pra ter de noite e também de dia.

O amor valente que chegou num ponto
De fixar, de fazer magia,
Leva-nos para esse encanto.

Regina Michelon
© Todos os direitos reservados