Está encostada a um canto!
sim, isso mesmo!
encostada a um canto
encolhida em seus medos
em sua dor,
no seu sangue derramado
na sua vida sem amor.
triste, amedrontada
muitas vezes marcada!
seu olhar infeliz,
numa lágrima derramada
em seu coração magoado,
permanece ali, animal abandonado!
pontapeado,
agredido
e seu ser desprezado, humilhado!
mas qual animal qual quê!
pobre criança vítima de amor!
sim, amor...
o amor que seus pais dizem ter.
amor de pancada
amor de ameaça
amor de violência!
amor... amor sinónimo de dor!
e o que acontecerá agora?
algures em algum sitio alguém vê televisão
noutros, alguém se diverte
e ainda noutros, alguém faz algo pensando em si,
enquanto que a pobre criança
se refugia em seus sentimentos
já magoados,
e suporta a dor
de mais um daqueles momentos de amor.
no final de tudo isto...
um mundo tecnológico
um país desenvolvido
crianças magoadas
vidas perdidas...
enquanto muitas pessoas estão a ver tv, a jogar pc e muitas outras coisas... muitas crianças são vítimas de dor, maus-tratos etc etc
muitas crianças morrem!!
o título do poema é amor-(im)próprio... dei-lhe este nome porque amor-próprio significa a dignidade da pessoa e eu neste poema mostro que os pais destas crianças, mas não só pais, não têm dignidade.... e é também amor-impróprio porque o amor dado a estas crianças é um amor IMPRÓPRIO
daí este jogo de palavras com o título...
bem, não espero mudar o mundo com este poema... porque é impossível... mas apenas alertar que por vezes as coisas acontecem mesmo debaixo dos nossos narizes e nós não damos conta disso!!
pense nisto!!
ajude!!...
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