Meu caminhar incansável segue deixando marcas no chão.
 Caio no buraco-negro, de cabeça erguida e o coração na mão.
 Me debruço nos papéis, com meus olhos desgostosos...

 Meu suor seco cai em gotas, corpo abaixo.
 E minhas mãos molhadas denunciam o que acho.
 Me debruço nas canções, que me lavam a alma...

 As almas percorrem as ruas escuras.
 Esvoaçando, sem sentido, insanas, puras.
 Minha áurea está negra...

 Minha alma viaja para longe.
 E me retorna, atormentando meu corpo.
 Hoje, sou impulso morte...

 Olho para o buraco-negro que me aguarda.
 Os ratos que esperam ansiosos minha chegada.
 É lá o meu lugar...
 Em meio ao lixo, em meio ao nada.

 Vou para um lugar, onde seremos somente nós dois...
 Eu e o sereno.
 Juntos, seguiremos para trás
 Caminhando em busca do vazio pleno...

 O frio do meu corpo quente
 Reflete o meu viver em vão .
 Meus pés cansados deixam marcas
 De eterna solidão...