Às vezes acordo assustado
Abro meus olhos e procuro algo
Algo que me atordoa fortemente
Um lábio que surge na escuridão
Com ele um sorriso doce e espontâneo
E cerrando os olhos, volto ao repouso.
A imagem de uma bela moça rebate minha mente
Com seu andar suave e meigo
Balançando as madeixas louras ao escasso vento
E logo me faço despertar novamente
Ansioso, aturdido, abismado.
O que me faz despertar de um sono profundo?
Que sorriso magnífico é esse que descerra meus olhos
E me faz cambalear em ansiedade?
Repetida e vagarosamente busco essa figura
Num olhar vago e a espera de uma definição
Mas a avidez dá lugar à lassidão.
Tento retornar ao descanso.
Mas é insignificante meu esforço em repousar.
Esse sorriso ilumina minha escuridão noturna.
Transforma o frio e sombrio crepúsculo,
Em um luar ensolarado de brilho.
Um sorriso perfeito, simétrico.
Simpático e generoso.
Um rosto delicado de feições puras
Os olhos enegrecidos que emitem simplicidade
Um nariz levemente arrebitado.
Um colo acolhedor e cálido.
Conjunto que se harmoniza em apenas uma alma
Alma essa que me causa íntimo frenesi
Faz palpitar todas as moléculas do meu corpo.
Estremece e cambaleiam minhas pobres pernas
Por um ávido anseio no desvendar do mistério.
O espelho tenta me guiar
Mas infelizmente sou cegado pelo brilho de um olhar
Que se aproxima da minha face
E docemente encosta seus lábios nos meus.
Sorri vagarosamente e fita seus negros olhos em minha direção
Trazendo repentinos sossego e excitação
Fazendo minha alma desfalecer infinitamente.
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