Quantas saudades...

Ainda se faz madrugada.
Alguns passos denunciam sua insônia
O silêncio é quebrado pelo gemer do assoalho,
num arrastar de chinelos

São seus passos Maria...

Nas paredes de pintura desgastada,
os retratos de figuras estranhas,
rostos antigos de um passado esquecido...

As flores deste vaso tem cor ,
mas Maria, não tem perfume !

A poltrona lá do canto está vazia.
Nela, só a saudade habita.
Seu olhar lacrimejado,
vai buscar na cristaleira,
o cálice seco do vinho do português.
Não há mais vinho, não há mais vida,
tampouco os olhos de mar.

Seque estas lágrimas, Maria...
O brilho daqueles olhos,
o azul do céu foi brindar.

Ah, quanta saudade, Maria ,
esta dor me dói demais !
De ouvir a cantoria,
dos moços, a alegria
das moças, a euforia
festejando os natais.

Não fique triste querida
Por favor, não chore mais !
Ainda é madrugada
Sua face está cansada
Deite e descanse em paz.

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Maria, vovozinha amada, mulher exemplar
Manoel, vovozinho português com olhos de mar
A velha casa, a alegria, a família reunida, os sorrisos....
São lembranças de um tempo muito feliz,
que deixam muitas saudades...

aqui...feliz e saudosa... 10/04/2007