Quando confuso me reservo no mais profundo silêncio,
e em meio a tanto tormento me escondo do mundo,
tua perspicácia aguçada, com altiva sapiência,
mergulha profundo no cerno de minh’alma,
e com hábil destreza,
esmiúça solene os meus mais íntimos segredos.


Quando a força arrebatadora do desânimo,
rompe minhas estruturas,
e meu corpo moribundo agoniza nos labirintos sombrios de tantos mistérios,
no aconchego de tua presença serena,
emana algo que atenua meus medos.


Algo que me anima,
que me acalma.
Algo emergente,
extraordinariamente envolvente,
que aflora nessa hora do âmago de tua alma.


E com estupenda magnitude,
o teu silêncio de mim se apossa.
Dispa meu espírito,
me domina, enfim.


Nesse confabular de nosso silêncio,
quando me apercebo,
você já está por inteiro dentro de mim.
A leveza desse momento,
aureolada num misto de energia e força,
invade nossos espaços.
Minha alma límpida, leve, depurada,
divaga amena, na mais profunda e plena calma.


Vôos perfeitos,
transpõem limites do espaço imensurável,
como se a alma dispersa do corpo,
nos horizontes do além,
repousasse serena no berço harmônico,
mimada por cânticos de imensa paz.


E o vasto vazio imenso, desolado e obscuro que encontro em mim,
de repente é um paraíso aureolado de harmonia,
ao qual a tua presença me conduz,
como se tua força, a tua energia,
iluminasse minhas trevas,
a resplandecer espectros de muita luz.


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como se tua força, a tua energia,
iluminasse minhas trevas,
a resplandecer espectros de muita luz.

Teresina/PI