Um Pedido de Natal

Um pedido de Natal:
Devany A. Silva

Que o homem não precise tanto de alguém para lhe escutar,
de colo para estar ou de um ombro amigo para chorar.

Que descubra estar na terra para andar. Nem se arrastar, nem voar. Simplesmente e calmamente caminhar.
Que consiga, mesmo devagar, em pequenos passos avançar.

Que não encontre mais motivos para guerrear.
Guerra é uma palavra feia: um palavrão que dói até ao pronunciar.
Que descubra: perdoar é retirar pedras do próprio caminho e é dever de cada um cuidar de seu ninho.

Que cada um construa sua própria Paz, que também é a Paz para o próximo.
A Santa Paz, que é a soma de pequenos detalhes,
pequenos acertos e pequenos perdões. A Paz se constrói com pequeninos tijolos. A Paz se constrói e cresce em nossos corações e é o resultado de nossas ações. A Paz torna o homem mais bonito, radiante.
Um espírito em Paz é belo. Um lar em Paz é um castelo.

Que não haja tantas feridas para desinfetar nem lágrimas para enxugar.
Que haja menos bocas para alimentar.
Que, se houver, que se tenha alimentos a sobrar.
Menos teto para edificar. Menos crianças a educar, menos adolescentes para guiar.

Que não se tenha a intenção de, alguma coisa, do outro tirar.
Que, no exercício, de na vida repensar, aproxime-se do amar.
Que sempre haja o querer de reaprender a caminhar para o melhorar e o melhor ar.

Que poucos precisem pedir e poucos precisem doar (ou se doar).
Que o homem não sinta tanta solidão, depressão ou rejeição.
Que, mesmo estando pouco o seu quinhão, haja sempre confraternização e divisão.
Que o mundo tenha menos pressa: as tartarugas conhecem o caminho melhor que os coelhos.
Menos lágrimas (elas são salgadas em qualquer parte do mundo).

Que o bom senso prevaleça ao que o homem julga ser sua razão.
Que o perdão perdoe mais, que a compreensão compreenda mais e que o respeito respeite mais, para que o amor esteja amando cada vez... mais.

Que as crianças cresçam agradecidas aos homens pelos bons exemplos recebidos.
Se continuar a inércia, a próxima geração está sujeita a ser pior ou igual a esta.
Menos proibição, mais instrução.
Se o caminho escurecer, que o homem possa, mesmo na escuridão, um raio da Luz perceber... e dessa clareza não mais esquecer.
Ao invés de ver para crer, crer para ver... e crer para ser.
Que o homem transforme os degraus do Conhecimento em degraus da Sabedoria.
Que se torne menos inseguro e cada vez mais, puro.

Saúde em todos os sentidos.

Que a confiança entre os homens gere a segurança
na confiança íntima de cada um.
Que descubra sempre, a hora certa de parar e o momento exato de continuar.
Que, cada vez mais, o homem se torne menos carente, menos dependente e... menos exigente.
Que o homem seja mais paz ciente.
Que haja mais Conhecimento para haver mais Sabedoria e mais Sabedoria para buscar novos Conhecimentos, para que se gere mais Sabedoria. E mais, mais e mais...

Que, sendo o homem um Ser, descubra que o objetivo desta vida é mais Ser e menos Ter.

Que o homem, a cada dia, seja mais hum mano.
Que, cada vez mais, as drogas atraiam cada vez menos.
Que todos queiram estar sob a Luz para que sejam na Luz.
Que lembremos: embora sejamos filhos da mesma dor, somos todos amados pelo mesmo amor e guardados pelo mesmo Senhor.
E relembremos: A União é Tudo. A União é a força.
Unir é progredir.
Unir é o ato de juntar-se ao outro, tornar-se um-e-ir. (um ir)

Que o mundo venha se transformando a cada dia
e que todos estejamos entre os colaboradores
dessa transformação, juntos, em União e na União...

São Paulo/Capital

poeta Devany
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