Faltam exatos 30 minutos para o fim,
E o que te representa o fim, infeliz escrevente mecânica de loucuras insossas?
Não te cansas de louvar humanos desgraçados em suas respectivas viris qualidades?
Como podes, tão perturbada criatura não dar fim às mãos, para definitivamente cessar de insanidades?!
A perversa infelicidade reina em sua vã vida,
Não te falta mais nada.
Descanse para sempre.
Não tens poder algum.
O mundo é o que está.
Ninguém é alguém nesta desencantada rotina.
Você não tem armas;
Não tem aquilo de que a ruína da vida é base.
Não decifra códigos nem fala línguas,
É absorta no seu mundo pueril e infértil.
Não danças nem cantas, dons nenhum possui.
De poucas coisas se dá conta,
És feia, infame covardia esta que te faz só.
E esta alma bela, para que te serve?
Se não para crucificar-te a cada novo instante?
Não te cansas de exalar o fardo desta tua profundidade, igual a tantas outras?
Se 30 ainda restassem...
Mas eles passam, e te arrastam, para junto deles.
Desista de esperanças,
O mundo está o que é!
Ou, apresses em aprenderes alguma dança, te inundes de esperanças,
Seja real, não seja como um doente insano dentro de tua alma, não te consumas como eu venho fazendo...
Consumindo-te desesperadamente.
Crê em algo.
Do que tens medo?
Destes 4 minutos restantes que em breve também deixaram de existir?
Assim como tudo e todos.
Estamos simplesmente desaparecendo.
O mundo está o que fizeram dele,
Crucifiquem-nos!
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29 de abril de 2006
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