Eu me descompasso

Na mais virtual das ilusões:

O amor platônico em suas raízes.

 

É o amor intrínseco,

Frenesi de mim mesmo

Que se capitula perante

A intangibilidade dos sonhos!

 

Imaginar diante do impossível

É remoer uma esperança incauta

No inóspito deserto da consciência.

 

Navega-se numa areia movediça

E, vez por outra, respira-se o odor

Que destrói fantasmagóricas imagens

De um surreal esplendor mefítico!

 

Padece-se uma constância semiárida

Num solo em que o húmus apodrece

E vive-se o dar sem receber

O troco do rejuvenescimento semiótico.

 

Utopia que sacaneia o brio sentimental,

Levando, pouco a pouco, à síndrome letal

O ser que agoniza na imensidão do infortúnio!

 

 

DE  IVAN DE OLIVEIRA MELO

Ivan de Oliveira Melo
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